comunista desejosa de glamour hollywoodiano. anarquista com apego material a coisas emocionais. plagiadora que exige direitos autorais



quarta-feira, 29 de agosto de 2012

negro amor


Nota da adaptadora:
Andam dizendo por aí. Eu ando dizendo por aí. Que as referencias estão antigas, que eu queria estar no palco, que é tudo tão velho que agente tem que subverter agente mesmo pra refazer  esse 2008 guardado na gente.
Que as coisas repetem, que agente tá velho. Que os moralistas estão chegando. Que não existem (existem!!!) historinhas novas. Meu corpo não é o mesmo.  Mas minha buceta fala. Eu dô conta! Eu suporto!  As ideias estão aí. Eu grito, eu rolo. Eu amo. Eu tô triste. Eu quero chafurdar a dor desse ferro enfiado fundo na minha garganta. Eu tô viva! É tudo uma grande farsa, no fim sou eu sozinha catando meus pedaços no chão. No fim somos nós sozinhos catando nossos pedaços no chão. Nós não. Só eu. Pela descriminalização do EGO. AHAHAHAHHAHAHAHHH.

doídos


Desfocados e dispostos
Reconsiderados e sortidos
Reinventados e diversos
Espalhados e repetidos
Reencontrados e cheios de desvio
Achados e assovios
Antigos e perdidos
Açambarcados e resistidos
Apoderados e aflitos
Renegados e bonitos
Apoderados e bandidos
Realistas e anacrônicos
Amados e sentidos
Apoderados e despidos
Obsoletos e rebeldes
Radicais e ambíguos
Tropicais e propícios
Apoderados e amigos
Amantes e irresponsáveis
Bandeirosos e famintos
Recomeçados e infinitos
Reeditados e reversos
Reconfigurados e ex-banidos
Deseducados e solícitos
Companheiros e doídos
Desencontrados e partidos.
Doidos.

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

antigo discurso de formatura


za spinash pina putô
verfrendungsefekt tuto
mestrÊ parle labuto
shila pulla pila auá

ja fula la gran diva
ya siempre sula pita
magricela folita
lalalalalalala

ja fula prostituta
ja fula pacatora
ja fula amatora
tula tula tula auá

senhora picadura
necesité tavaié
trabajo beautiful
banananananana

yo se yo se
yo se te quâo difite
vivere deste ofite
jamé vo se dottore
qué voy hacer? jenecepá....

Ela anda com livros debaixo do braço. Namora-os. Ela mata serviço na biblioteca. Namora-os. Ela empilha livros e namora-os.
Ela boicota o pensar. Ela dói de não saber. Ela namora livros. Ela mal tem cabeça.
Ela é dispersa, ela some em fumaça. Ela tem trinta anos. 31. Não mudou nada.
Ela tinha quinze e andava com livros debaixo do braço. Namorava-os. Ela matava aula na biblioteca. Namorava-os. Ela empilhava livros e namorava-os.
Ela sequer entende o que é. O que foi.
Os quinze não vão embora, os 17, depois viver um siglo.
Ela só lembra, e repete. E namora. Só namora.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Entrevista com Silvia

Você é: eu sou a verdade do cerrado.
 
Critica seus próprios trabalhos?  
Na verdade meus trabalhos não passam de uma análise extremamente produtiva, não no sentido marxista de produtividade, mas levando em conta a produção em excesso de fumaça do cigarro industrializado. Levando mais em conta ainda o fato de que os críticos tem medo de mijar fora do penico, e cagam de medo do palco. E o palco nada mais é que a síntese da gloria e do ridículo uma vez que o glamour da echarpe de Duncan a matou. Mas esse é o preço que se paga por querer dirigir um fusca (beetle) tradicional e não um carro com direção hidráulica. O fusca morre na baliza... Mas, continua um fusca, e não um carro de direção hidráulica. Não, não é confortável. Viver é desconfortável demais. 

O que é o amor?
E eu sei lá o que é o arroz? Um grão, que vira pão, is all you need, mas nem só de pão vive o homem, e independentemente do arroz, do amor e do português, a língua lusitana é a nossa língua pátria, o tupi é só opcional, o nhenhenhê é uma palavra tupi que diz bastante sobre o amor em alguns momentos, mas não o define. Bem como saudade que provavelmente é um sentimento universal, mas só existe em português. O que diz muito sobre a MPB, já que a partir do momento em que a saudade foi incorporada em solo brasileiro, o sangue lusitano com certa dose de lirismo além da sífilis, claro, traduz-se a miscigenação da palavra em dor de corno. 

As conquistas interferem na vida pessoal?
Eu vim parar aqui como puta da embarcação, com a conquista eu larguei as loucuras com a tripulação e fui morar com as índias. Quando Pero Vaz Caminha descobriu que as terras brasileiras eram férteis e verdejantes, e escreveu uma carta ao rei minha vida pessoal já tinha sido interferida. De maneira rizomática, as pessoas interferem diretamente na sua linha da vida. 

Qual o maior momento da carreira?
Amanhã, quando as armas chegarem, ninguém vai me impedir de cantar don’t smoke in bed num piano de cauda. Ou será que bee vai cantar pra mim? Não olhe pra mim, eu vou em frente, eu sigo em frente, não me pegue no braço, não me venham com a metafísica, eu preciso andar sozinho, não sei por onde vou, só sei que não vou por aí. 

Quando você sabe que vai dar certo algum trabalho?
Quando a lua estiver na sétima casa, e júpiter se alinhar com marte, a paz vai guiar os planetas e o amor verá as estrelas. E tudo vai dar certo, vai dar pé, no woman, no cry. A definição do work in porgress foi popularizada por Raul em “tente outra vez”, e ressignificada pela rede globo na campanha de fim de ano de 92.

O seu trabalho é a coisa mais importante de sua vida?
Vivo sem trabalhar há anos. O que significa que meu trabalho é não trabalhar para alguns, mas tenho incessantemente sofrido os augúrios da mente ociosa na presença do diabo.

O que você mais deseja atualmente? Um contrabaixo,um fusca e uma banda.

Como as pessoas podem interferir no seu trabalho? Arrombando-me. Eu sou dramática.

Quais os profissionais da arte, moda, esportes, educação, saúde e afins você mais admira pela natureza profissional e pessoal?
Hum...

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Carta de amor para velhos amigos

Carta de Amor para velhos amigos.

eu tô gritando desde o meu quartinho com uma vontade de me reencontrar.

eu tô gritando desde o meu quartinho uma vontade de ver você, e você, e você, e você.

e nós. Nós duas.

eu ando perdida, estafada de algum passado. não tenho dado conta de sentar aqui e voltar a gritar. eu só sei gritar. a crítica teatral belorizontina não gosta. sinto muito. preciso gritar.

sinto uma dor que não sei expressar em conversas, que acabam se transformando em nada.

talvez seja nada.

talvez seja tudo.

pessoas perdem seu amores, pessoas perdem suas esperanças, geração noventa perdida seguindo sem fé nenhuma. ela está tentando. estamos tentando, preciso dizer.

já disse isso tantas vezes... vou um dia parar de dizer?

se eu chutar esse balde, você vai estar lá pra me proteger?

quem vai ser minha Pietá?

meu amigo, queria te ser conforto, te dar sede de conversas. minha cara Bee, amo-te tanto. O amor é assim mesmo. é amor. não é desamor. é amor.

amor.

queria te dar momentos bons. queria te dar frio na barriga, ansiedade de amanhã. como a gente sempre se deu. seja em tempos de cor âmbar. seja em tempos cor lavanda.

somos nós há tanto tempo. somos nós. gritando aqui.

geração noventa: talvez duvidar seja a melhor maneira de crer, mocinho.

queria te encher o pote de fé. a vida e as ideias estão aí. estamos aí. fevereiro o bloco volta.

uma hora eu volto a correr. a gritar. rolar no asfalto. sem quebrar o pé. estamos aqui. construímos nosso lar, entre nós, nosso laços de amor afeto preguiça descrença e vontade de seguir juntos. vontade de dar pé. vontade.


é só isso. eu desde o meu quartinho te grito por que quero te encher de carinho, e de boas conversas. conversa de adolescente cheia-de-mundo-inteiro-pela-frente, conversa de adultos de coração-duro-porem-apaixonados-ainda e por isso tão amargurados dia sim dia não. coração indignado e insatisfeito, peito sendento, insistindo, fazendo comédia conosco, rindo da ferida. vamos envelhecer de mãos dadas e apertadas. tem coisa que não sara. não quero me curar do nosso amor.

quarta-feira, 21 de março de 2012

qual é? só porque eu tenho um blog mulherzinha? ah, meu cu.