comunista desejosa de glamour hollywoodiano. anarquista com apego material a coisas emocionais. plagiadora que exige direitos autorais



quarta-feira, 26 de agosto de 2009

"O casamento" ou "Não estamos na Espanha."

Eram tempos de cor âmbar. Diria ela. Vivíamos numa república com papagaio gato cachorro baratas e rapazes. O portão também era verde. E os DVD´s não tinham legenda.
Era a mesma Aparecida. E a mesma raça de cachorro. Eram quase todos os mesmos nomes.
Talvez uma fronteira. Uma linha vermelha. Um resto de lama. Um resto de infância. Epifania de cola. Cigarro, Beserol e elixir paregórico na mesa. Gaita mal tocada em dia rebordosa da bala do dia anterior. Unhada de gato. Cocô de cachorro. Lua.

Resolvemos sair. Buscamos nossa amiga. Negona de cabelos doirados a la Beyoncé.
Ela tinha um bom aditivo. Tomamos.
Fomos pruma boate qualquer, das modernas, o quão modeéeeerno pode ser uma boate ali, na Savassi mesmo...
Meu deus, estou ficando velha. O senso crítico não me permite “just wanna have fun”!
(Mas eu ainda só quero me divertir. O que é que se passa comigo? A província não me aborrece, mas já não me corteja, não me presenteia possibilidades? Já subi o arco do viaduto Santa Teresa. Já escutei clube da esquina do outro lado do atlântico. Já subi a serra do curral pelo cabo da antena...).

Dançamos no meio dos modernos provincianos até o completo enfado. Porque nunca mais a noite moderrrrrrrna de BH seria tão divertida quanto o dia pós bala, bicarbonato, chuva e pé distendido depois de performance no mastro da UP. Droga é memória. Não é presente. Que ironia filha da puta.

Em fado, foi por vontade de deus que eu vivo nesta ansiedade. E resolvemos casar. Nossa amiga seria a sacerdotisa.
Fomos para a casa da nossa amiga all-the-single-ladies-put-your-hands-up. Que celebraria uma cerimônia Wicca.
Vamos nos casar. Escolhemos os padrinhos. Ligamos, avisamos, e fomos sem eles para o casório pagão. Pois agente não mora na Espanha. E mulher não celebra Missa aqui em Minas Gerais...


Mesmo estando ali mês, em Belo Horizonte, a roça grande rodeada de montanhas, onde os um pouco mais ricos vão pra Macacos e os pobres para o parque Municipal ou de excursão para o Mangabeiras, o concreto ali estava ganhando. Era necessário que a cerimônia fosse realizada próximo à natureza, esse lugar de conjunção do ser e seu verdadeiro habitat, a terra, o verde, a energia, a mãe Gaia, enfim.
Celebremos perto do pé de café que a Helô comprou no mercado.


A negona me coloca de fundo um vinil da Madonna. Like a Prayer.
E nos oferece de aliança um par de brincos de lua estrela, enferrujado, que inflamou a minha orelha.

Casamento consumado ao som de Madonna no sofá cama da Negona.
Casads. Assim o evento me sugeriu. Hoje bebo vinho nacional. Não sei quando começou, mas Strawberry Fields Forever virou a nossa música. Acho que por causa de dedicatória do primeiro presente, Morangos Mofados de Caio. F.


Em tempos lavanda. Campos de morango para Sempre. Tatuei a musica no ombro. E trouxe meus discos. Só falta agulha pra vitrola e estrear a misteira grill. Com bife.

Escrito numa noite de segunda, 20 de julho de 2009.



Era sábado. O cinema estava fechado. Naquele dia não ia ter matinê. Daí eles foram pra lá.
“Somos irmãos” ele disse. “Ta” ela disse. “Estamos presos aqui.” ele disse.
“... tá.”
E continuava dizendo, “o céu é a parte que eu mais gosto da natureza. Mas eu queria mesmo o nada. O nada e eu. Ser único. Ela ficava olhando sem conseguir dizer muita coisa. Trancaram-se no banheiro. Aí ela disse,“eu tô perdida”, de verdade mesmo, não na ficção, brincadeira ou o que fosse aquilo.
Ele: “é isso mesmo... e nós vamos sair daqui, tem que bater o sapatinho três vezes e ir, você quer experimentar? Eu vou então. Você fica aqui. Eu vou tentar. Depois eu volto pra te buscar”.
Ele calçou aqueles sapatos prateados e começou a esboçar passos de sapateado. Dançava terrivelmente. E ia. Ela o seguia com os olhos. Era bonito de ver.
E ela se sentindo sozinha. Ele não vai voltar. Não vai voltar. O coração muito apertado.
Ele sapateava pra longe dela e ela tinha vontade de chorar. Abriu a torneira deixou escorrer água. E ficou só o silencio, a água escorrendo, e o barulho do sapato ecoando naquele corredor enorme. Até acabar a brincadeira... e qual vai ser da próxima vez?
Vai que eu te vejo encantada daqui. Desse jeitinho mesmo olho pra vocÊ.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

STREET FIGHTING MAN

E o que uma garota pobre como eu pode fazer senão tocar numa banda de rock.





Eu me tornei atriz por que era dispersa demais pra tocar violão.





Mesmo porque o violão não pode aparecer mais que o meu belo quadril.





Rebolo.





Please to meet you.





Aqui é Silvia, Bee. Te cuida.





Hasta pronto.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Aqui quem fala é Mickey Mouse?


Cara Bee. Descobri que sou Mickey Mouse em um teste de internet. Que merda. Cansei de minhas polyanices. Acordei esta segunda feira, doída de não sei o que. Tem sido recorrente a insônia de domingo pra segunda, seguido de uma manhã angustiada de segunda. E cá estou desde o bueiro tentando exprimir alguma coisa disso tudo. A questão, minha cara bee, se repete a cada ano que passa a cada idade e fase da vida, as madrugadas de domingo são de amargar. Preciso ler uns livros. Preencher esta angustia com alguma inquietude adolescente. Entender esta secura mais uma vez. Mickey Mouse, ratinho filho da mãe. Já era pra ser domínio público esse camundongo antropomórfico absurdo! (não fosse a aprovação pelo congresso americano da lei de prorrogação do copyright que expandiu por 20 anos os direitos autorais de todas as obras americanas que não tivessem caído ainda em domínio público, o que faz com que tal situação só ocorra em 18 de novembro de 2018).
Vai te fudê Mickey Mouse!!

Mesmo porque eu sempre gostei do pateta.

pra fechar

Uivo para Carl Solomon (Howl)

Eu vi os expoentes da minha geração destruídos pela loucura, morrendo de fome, histéricos, nus,
arrastando-se pelas ruas do bairro negro de madrugada em busca uma dose violenta de qualquer coisa
"hipsters" com cabeça de anjo ansiando pelo antigo contato celestial com o dínamo estrelado da
maquinaria da noite, que pobres, esfarrapados e olheiras fundas, viajaram
fumando sentados na sobrenatural escuridão dos miseráveis apartamentos sem água quente, flutuando
sobre os tetos das cidades contemplando jazz, que desnudaram seus Cérebros ao céu sob o
Elevados e viram anjos maometanos cambaleando iluminados nos telhados das casas de
cômodos, que passaram por universidades com olhos frios e radiantes alucinando Arkansas e tragédias à luz de William Blake entre os estudiosos da guerra, que foram expulsos das universidades por serem loucos
& publicarem odes obscenas nas janelas do crânio, que se refugiaram em quartos de paredes de pintura
descascada em roupa de baixo queimando seu dinheiro em cestas de papel, escutando o Terror
através da parede. (...)

domingo, 16 de agosto de 2009


eu sou a pomba.

let the sun shine in

Comemorações dos 40 anos de woodstock estão abertas.

sábado, 15 de agosto de 2009

Qual foi o destino do hippie?




Cansado de caminhar desde de 1969 até aqui a pé, o tiozão na crise da meia idade compra um carro conversível vermelho.
Complete as lacunas:
Qual foi o destino do hippie...
Peter Fonda e Dennis Hoper: nenhum
Jack Nickolson:
Michael Lang (produtor de woodstock): $?
Jannis: morreu
Arnaldo Batista: syd barret
Syd Barret: Cê ta pensando que eu loqui bicho?
Jimmy: moreu
Keith moon : morreu
John Lennon: morreu assassinado pela CIA.
Stepenwolf: HEAVY METAL (thunder)
Allen guinzburg: ...and Now I´m nothing
Buckovski: eu comi.
Bob Dylan: How does it feel?
Timoty Leary (O Guru do LSD): PORQUE NÃO?
Albert Hoffman ( O pai do LSD): EU LAVO AS MINHAS MÃOS. Eu não tenho culpa de nada.
BELCHIOR:
AMOR LIVRE: plástico com lubrificante
Jafferson Airplane: starship?
Jim Morrison: morreu (cia)
Brian Jones: morreu (mick jagger)
beatles: abbey road + yoko ono = Michael Jackson = diana ross = ...

por enquanto é só pessoal.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Cara amiga, estou escrevendo uma carta pra você. Eu sou uma grande bobagem. Grande, imensa. Que se sente tão pequena diante da sua dor... Mas eu não posso ficar. Eu não posso sofrer o que eu não vivi. O tapa que eu não levei. Então, eu digo. Não vou sofrer. Não a sua dor. Não quero ela. Obrigada. Devo ficar por aqui ainda um tempo. Vou sofrer as minhas. O MEU MOFO. Aquela historia... Fico repetindo que tenho a minha medida. Mas acabo sofrendo a medida dos outros. Então é isso. Não vou mais. Não posso mais. A minha história é a minha história, não é mesmo?

Ai, se um dia eu aprendesse a ser cruel. Implacável. Isso tudo de intenso e de forte e de clichÊ.


Mesmo que eu já seja um clichê. Outro clichê.

Só não quero sofrer com o que eu penso que você pensa que eu deveria pensar ou ser. E a culpa não é sua obviamente. Mas é isso. Vou-me embora desse lugar. Esse quartinho dos fundos de madre Teresa, que ninguém se lembra, na hora de cantar.