comunista desejosa de glamour hollywoodiano. anarquista com apego material a coisas emocionais. plagiadora que exige direitos autorais



segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Estava cá com meus ratinhos e botôes e maiô de lantejoula pensando...

Cara bee, segue abaixo fragmento de Axelrod, de Hilda Hilst


Oh sim tudo!Tudo é um só dente uma só carne, uma garra grossa, um grossar indecomponível, um ISSO para sempre. Escovar o que se o seu existir, o seu de fora, a ciência dos feitos, a dura história, grafias todos esses acontecimentos a qualidade soberba das perobas, perenes, ele ouve, os trens passarão por esses dormentes, meu filho, para sempre para sempre. Para onde vão os trens meu pai?
Para Mahal, para Tami, para Camirí, espaços no mapa, e depois o pai ria: também para lugar algum meu filho, tu podes ir e ainda que o trem se move TU NÃO TE MOVES DE TI. Mover-se. Por que não?
Agora em férias, no segundo semestre falaria das revoluções, de muitas, vermelhas verdes amarelas, enfoques adequados nem veementes nem solenes, enfoques despidos de adorno, um tom de voz nem oleoso nem vivaz, um sobre tom doce pardacento, o lenço nas lentes, tirando e pondo os óculos, já se via no segundo semestre, tirando pondo vivo significante repetindo:


“Pois é sempre o ISSO meus queridos, cinco ou seis pensamenteando, folhetos folhetins, afrescos, sussurro no casebre, na casinhola de ferramentas, no poço seco, e depois uma nítida e vivosa sangueira. E em seguida o que? Um vertical de luzes cristalizado por um tempo, um limpar de lixões, alguns anos e outra vez idéias, bandeirolas, tudo da cor conforme a cor de novos cinco ou seis”.


A praia é do povo. Como o céu é do condor e Castro Alves domínio público.

Cabe a nós, meia dúzia de neguinho “esclarecido”, cultivar uma cultura sustentável, no lugar. Tipo distribuir lixinhos, fazer mesmo mais cartazes pra todo mundo que passar por ali desinformado saber por que estamos ali, pra arquivar um início hitórico. O resto não nos cabe. Relaxa e senta no cimento.