comunista desejosa de glamour hollywoodiano. anarquista com apego material a coisas emocionais. plagiadora que exige direitos autorais



sexta-feira, 7 de maio de 2010

despacho de arquivo morto

Eu samambaia.

Tenho que te contar uma coisa. Sou uma samambaia.

Fora de moda.kitsch.vintage.ô não.
Imagine aquela frondosa samambaia no alpendre da casa de vó. Junto aquelas cadeiras brancas acompanhando mesinha de centro com pé de arabesco.
Junto com hortências. Espadas de São Jorge e Beijinho. Muito Beijo. Daqueles com cinco pétalas e que agente arrancava e colava nas unhas.

Não tô contando os momentos raros em que viro gralha.

Nem cavala... Não queira ver o piti dessa samambaia. É coice de mula.

Tenho sido samambaia chorona de jardim.

As samambaias estão em extinção.


12/2009

Pollyana sings:

Presentemente eu posso me considerar um sujeito de sorte/porque apesar de muito moço/ me sinto são, e salvo e forte/ tnho comigo pensado/Deus é brasieiro e anda do meu lado/ e agora eu não posso sofrer como ano passado/ Tenho sangrado demais/ Tenho chorado pra cachorro/ ano passado eu morri/ mas esse ano eu não morro/ I, I wish you could swim/ Like the dolphins/ Like dolphins can swim/ Though nothing/ Will keep us together/ We can beat them/ For ever and ever/ Oh we can be Heroes/ Just for one day.

despacho de arquivo morto.

Eu aprendi a ouvir músicas nos vinis do meu pai.
Sempre gostei de historinhas.
Sempre criei historinhas pras músicas que gostava.
Sempre me envolvia com as historinhas das musicas que gostava.
Dois acordes só. Solo de guitarra com firula. Ou dois minutos de falas desconexas all the children are insane waiting for the summer rain, yeah! De uma calça de couro ambulante. Enfim, I hate myself and I want o die plus all you need is love, I have to admit is geting better all the time plus no alarms, no surprises, viva Cacilda Becker plus upa neguinho na Estrada plus got the scrape the shit that on your shoes plus…
Que saudade de você.

despacho de arquivo morto

Cansaço. Dizem que até deus descansou no sétimo dia. Porque eu não? À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.
Tem dez anos que tenho uma vida assim. Que não para. Como é que faz pra vida parar se é que para. Viver é uma insônia.
Minha cabeça parou, não vai muito longe. Anda esgotada que só ela. O irônico, que eu que sempre levei uma vida assim, que não para, preciso do ócio.
Meu coração indolente precisa convalecer. Modo de vida de Clarice. Ai.

03/2010

despacho que arquivo de morto

a modelo
Café. Nada de almoço. Por que senão eu durmo. E é muita exposição. Eu já estou nua, diante dos estudantes... pretensiosos ou não, fico comigo mesma. Porque sou pretensiosa. Entro naquele atelier com ar de antipática, diva das imperfeições que serão rascunhadas por garotas e garotos classe média, aspirantes a algo parecido a mim, na idade deles.
Me sinto tão velha naquele lugar, pagando peitinho a essa altura de meu campeonato.
Não me lembro quando foi dada a partida. Cheiro de citronela. Eu me arrisco a dizer, aqueles meninos não conseguem me fitar nos olhos. E eu me ponho a fitá-los e a me sentir mais o que pretendo ser, mas que obviamente não sou.

20/02/2009

despacho de arquivo morto

Aqui quem fala é Silvia, bee. Como vocÊ está? Vamos tomar um café? Eu desde aqui tenho tomado muito café. As manhãs tem sido longas o que tem sido bom. Gosto das manhãs. Odeio a tarde. Sensação de tempo perdido que me dá. Ela é ociosa e lenta. As noites são noites. Mas elas não tem sido como antes. Me conta uma coisa. Como anda esse brilho todo do lado de lá? Como tenho orgulho de vocÊ bee. Você é tão brilhante e só. Pegou sua malinha foi pro rio e curte os blocos de Ipanema com seu guarda-chuva. Sozinha e feliz. Bee você é demais.O presente, bee, o presente. Eu cá com meus ratinhos te redijo meu dia. Ontem confundi o aniversário de 40 anos de Woodstock. Comemorei ouvindo Richie Heavens cantando Freedom, dá pra acreditar? Joan Baez com LizaMinelli. Porque ningiuem vai me impedir de cantar Dont Smoke in Bed em cima dum piano de cauda com uma pinta de lápis de olho preto no canto da boca.
Ando sem inspiração bee. Perdi minha consulta com o psiquiatra ontem. Não sei até que ponto isso foi de propósito, porque, eu tenho medo de remédios. Fico querendo acreditar na minha lucidez (bebendo e tomando anfetamina, apesar de que estou há tanto tempo sem conseguir... ai fico parecendo aquela menina idiota daquele livro que adaptei pro teatro! Grandes bostas. Ainda me acho mais interessante, mas gosto de anfetamina)
Mas o que um inibidor de recaptação de serotonina pode me fazer, alem de inibir a recaptação de serotonina do meu cérebro?


Postado por Silvia: 15 de julho de 2009

despacho de arquivo morto

Minha vitrola chegou. Meu quartinho soa... sozinho. Meus devaneios antipáticos afastam a todos. Silenciosa e triste marina. Celebra a glória de uma bagagem floreada por ela mesma. Sozinha. Não sou nada e não posso querer ser nada. E nunca conheci quem tivesse levado porrada. Ou não.

18/12/2009

quinta-feira, 6 de maio de 2010

birth

Woke up this morning singing an old beatle song. Parece que foi ontem. Aquele negócio todo. Retorno de saturno, minha mocidade. Cainhar com meu pai com nostalgias tardias de Caetano. A vida num numero perfeito. 28 =
Faço 29 na segunda que vem.
O ano passado eu nem morri. Mas esse ano eu não morro.
Mas é que quando meus óvulos estão em processo de morte... Tem se tornado cada dia mais difícil. E quando por fim eles morrem e escorrem pelo ralo, como o da princesa egípcia,
tudo parece um tanto mais claro. Talvez um pouco melancólico. Porém menos desesperador.
Então eu que me tornei histérica depois de velha. Solto meu gritos confinados aqui desde a infância e caminho como um escocês na montanha. Um slogan de campanha publicitária.
Vamos embora.
O tempo me chama. Ainda uso all star e não faço as barra de minha calça.
Porém os joelhos dão algum sinal. Os olhos dão algum sinal, a testa grita a preocupação mesquinha. Ou não.O sonhos continuam os mesmos. Ainda não vivo como nossos pais.
Sinto saudade do que sonhava deles. Do mar que fez parte de meu texto porque me deram o nome de uma correspondente alemã. Não de guerra. De solidão.
Marina, irmã de Letícia. Marina irmã de alegria. Filha de Pedro e Candide. Cândida pedra. Pedra doce. Torrão de açúcar meu pai. Pedra minha mãe que ao sorrir revela a minha melhor herança. De tudo fica um pouco e eu fiquei com seu sorriso torto e escancarado. Um olho marejado. Cândido Pedro. Minha mãe. Meu Pai.