comunista desejosa de glamour hollywoodiano. anarquista com apego material a coisas emocionais. plagiadora que exige direitos autorais



segunda-feira, 18 de junho de 2012

Carta de amor para velhos amigos

Carta de Amor para velhos amigos.

eu tô gritando desde o meu quartinho com uma vontade de me reencontrar.

eu tô gritando desde o meu quartinho uma vontade de ver você, e você, e você, e você.

e nós. Nós duas.

eu ando perdida, estafada de algum passado. não tenho dado conta de sentar aqui e voltar a gritar. eu só sei gritar. a crítica teatral belorizontina não gosta. sinto muito. preciso gritar.

sinto uma dor que não sei expressar em conversas, que acabam se transformando em nada.

talvez seja nada.

talvez seja tudo.

pessoas perdem seu amores, pessoas perdem suas esperanças, geração noventa perdida seguindo sem fé nenhuma. ela está tentando. estamos tentando, preciso dizer.

já disse isso tantas vezes... vou um dia parar de dizer?

se eu chutar esse balde, você vai estar lá pra me proteger?

quem vai ser minha Pietá?

meu amigo, queria te ser conforto, te dar sede de conversas. minha cara Bee, amo-te tanto. O amor é assim mesmo. é amor. não é desamor. é amor.

amor.

queria te dar momentos bons. queria te dar frio na barriga, ansiedade de amanhã. como a gente sempre se deu. seja em tempos de cor âmbar. seja em tempos cor lavanda.

somos nós há tanto tempo. somos nós. gritando aqui.

geração noventa: talvez duvidar seja a melhor maneira de crer, mocinho.

queria te encher o pote de fé. a vida e as ideias estão aí. estamos aí. fevereiro o bloco volta.

uma hora eu volto a correr. a gritar. rolar no asfalto. sem quebrar o pé. estamos aqui. construímos nosso lar, entre nós, nosso laços de amor afeto preguiça descrença e vontade de seguir juntos. vontade de dar pé. vontade.


é só isso. eu desde o meu quartinho te grito por que quero te encher de carinho, e de boas conversas. conversa de adolescente cheia-de-mundo-inteiro-pela-frente, conversa de adultos de coração-duro-porem-apaixonados-ainda e por isso tão amargurados dia sim dia não. coração indignado e insatisfeito, peito sendento, insistindo, fazendo comédia conosco, rindo da ferida. vamos envelhecer de mãos dadas e apertadas. tem coisa que não sara. não quero me curar do nosso amor.

Um comentário:

Fuckdelis disse...

Gritemos aos deuses do vento!
achei achei Odará!