Silvia plagia cantores da MPB, recita Marlon Brando, canta o hino da Internacional no chuveiro, copia conversas de telenovela e desenho animado...
Silvia! Como você é démodé! Se dê o mínimo de autenticidade nesse mundo. Mundo besta meu Deus! Sem um mísero conhaque pra te comover. Convenhamos:Você tem que descobrir algo novo pra falar. Sem conhaque.
Fácil se enrolar em tapetes. Cleópatra que o diga. Nunca conheci quem tivesse sido covarde e que me confessasse uma infâmia! Só perfumaria! Copiada das dignidades perdidas e captadas por paparazzos. Aí num vale! Tsc tsc.
Arre! Estou farta de...
Como você está por fora. Como você é senso comum. Como você...
Como não sou autora de nada que não sou do tempo de Wolfgang Goethe, eu fico aqui dizendo asneiras, as mesmas asneiras, mas com menos autoria. Médium pós-moderna laica psicografando Internet. Que pobreza! De onde você tirou isso?
A questão é a seguinte: você nasceu no tempo errado! Mas que bom! Pois se você tivesse nascido no tempo certo ia se fuder, com sua genialidade ausente.
(ninguém pode saber da sua genialidade. Ela é segredo. Então ela se boicota. Mas é tudo cena).
Só estou com vontade de...
De chorar, de ter um grande sentimento pra transcrever. Mas na verdade só estou com ciúmes do mundo. E ponto. Tenho um PUTO IMENSO CIÚMES do mundo. Das idéias que eu captei no ar que não são minhas também. A velha história: na vontade de açambarcar o mudo com as pernas e acabar recriando ele nas coxas. Fica tudo assim. Pelos coco. No meio do caminho. Torto. Fragmentado. Solto. Cagado. Porco. Raso.” Muito me admira você falar de Glauber Rocha assim tão parcamente.” O que é que você quer que eu fale de Glauber Rocha. Eu me pergunto. Enquanto mastigo ovo frito com arroz. Sem conhaque.
Tenho duas mãos, o ciúme do mundo e nada de conhaque. Só muita vontade de muito a ponto de num dar conta de nada.
Aí eu me pergunto. Ay! Eu me pergunto. Você se pergunta ou só ta brincando de casinha?
Arre... Vou ficando assim. Buscando epifania no ovo frito...
Saudade do mundo também. E à memória agradeço por existir. Eu já fui outras pessoas. E continuo sendo a mesma (!).
2 comentários:
Só tá brincando de sasinha, deixa eu e contar!!
hahaha
te amo
Bravo.
Bravíssimo.
Isso é muito bom!
Que sofrimento inteligente!
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