comunista desejosa de glamour hollywoodiano. anarquista com apego material a coisas emocionais. plagiadora que exige direitos autorais



segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

balada sem cura

Balada sem cura


No estoy curada
No estoy curada
No estoy curada

Foi assim
Eu queria tudo
Eu queria tanto, e eu dei tudo.
E me cobraram tudo
E ficou tudo no meio do caminho
Tudo massacrado por todos
Nós todos.
cansada, cansada, cansada
Na vontade de açambarcar o mundo com as pernas e acabar por recriá-lo nas coxas!
Não há espaço pra coerência
Tensões de cismas crises e outros tempos
Está vetado qualquer movimento, bloqueio
do corpo ou onde quer que alhures, bloqueio
Bloqueada.
Bloqueada, agora nesse instante.
Mas eu digo!
Eu não vou morrer! Ouviu?
VOCÊS NÃO VÃO ME VER MORRER

No estoy curada.
Eu tenho minha dor
minha alegria
minha medida
No estoy curada e
Não vou morrer!!

Se eu chutar esse balde, você vai estar lá pra receber?
Quem vai ser minha pietá?
Poliana que sou
Nossa senhora vive em mim e toma chá com a rainha de copas.
Cortem-lhe as cabeças! Eu grito. Já duvidando de mim.

Mas minha doença cresce a cada instante!
E vou continuar errada
E não te espero perceber e pedir desculpas

Eu to indo
Eu vou
Fui.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Rio de Janeiro é um dragão

Acabo de voltar do Rio. Minha primeira manhã em terra de São Sebastião crivado eram sete horas da manhã, não tinha cristo na janela, porem mar. Do alto do Vidigal. Um sol que me fritava e derreteu minhas energias. Estranho o seu cristo rio. Eu não vi o cristo. E não vou dizer que o mar não me importa. Ele me deu um nome, mesmo sendo o motivo de eu me chamar Marina, ser por causa de uma correspondente alemã com o mesmo nome com quem meu pai compartilhava alguma solidão na adolescência. Me chamo mar. Eu jacu das montanhas. Taurina bocó. Me chamo mar. E ele é bonito, e bravo, e eu me importo mesmo a lagoa insistindo aqui em mim. No rio o sol te incha e eu não posso beber como uma mineira semi-alcoólatra de verdade. Parece que o rio não combina com rock n’ roll. Não combina com musica triste (de letra estrangeira). Parece que o rio já toca musica sozinho. O rio é um grande clichê. E eu gosto de clichês. Mas desta vez parece que não nos demos bem. Num janeiro escaldante e praia do Leblon. Fui tomada por desejo de estar em casa. Minha visão da noite da grande fogueira desvairada absolutamente nublada. Não me venha com baixo gávea.
Quando morei na Espanha eu sentia saudades do rio sem nunca ter morado lá. Cristo redentor-braços-abertos-sobre-a-Guanabara-estou-morrendo-de-saudades fazia muito sentido pra mim.
Estranho? Não né?
Rio de Janeiro é um dragão. Não sei se conhece ou vive no paraíso. Mas é um dragão de ladeiras-civilização-encruzilhada, cada ribanceira é uma nação e aquela história toda sempre tão cantada que faz com que as pedras e a mata atlântica e os biquínis toquem MPB só de espiar. Cariocas são histéricos. Eu gosto de histéricos. Eu rio. Rio de Janeiro é um dragão na memória da gente. Hoje estou com espírito de comédia. Demorô. Já éh. Manero.